Susam realiza primeira reunião do comitê de monitoramento da Microcefalia

A Secretaria Estadual de Saúde (Susam) realizou nesta segunda-feira (30) a primeira reunião do Comitê de Apoio ao Monitoramento, Prevenção e Controle dos casos de Microcefalia no Amazonas. O comitê definiu uma agenda de trabalho que incluirá reuniões semanais, discutiu fluxos de atendimento que devem começar a ser organizados para atender possíveis casos suspeitos de Zika vírus – principalmente em gestantes – e definiu alguns eventos que deverão ser realizados para capacitar os profissionais da rede de saúde – da capital e do interior do estado – no manejo clínico de pacientes que venham a apresentar sintomas da infecção.

“O que o Comitê considera muito importante, neste momento, além das medidas organizativas da rede, é que a população seja bem orientada, sem nenhum clima de pânico, para o reforço das medidas de prevenção, que consistem essencialmente em evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas do Zika vírus, mas da Dengue e da Chikungunya”, disse o secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, que preside o comitê.

Ele destacou que outra importante recomendação diz respeito às grávidas, para que realizem o pré-natal corretamente, buscando as Unidades Básicas de Saúde para fazer as consultas de acompanhamento desde o primeiro mês da gestação.

A preocupação com este público decorre do fato da associação do Zika vírus com o surto de microcefalia – um tipo de malformação do crânio, que pode deixar sequelas graves em recém-nascidos – que vem ocorrendo em cidades do Nordeste brasileiro. “Aqui tivemos apenas um caso confirmado de Zika vírus até o momento. Não está caracterizada, ainda, a circulação do vírus no Estado. Mas há toda uma conjuntura que exige que estejamos em alerta e preparados para enfrentar o aumento do número de casos desta infecção”, afirmou Pedro Elias. Ele ressaltou que em Boa Vista, capital do estado vizinho de Roraima, já há 17 casos confirmados da doença e 1.000 notificados, ainda sob investigação.
A representante da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Lubélia Freire da Silva, que integra o comitê, informou que desde a semana passada, toda a rede de unidades da Prefeitura que oferece o atendimento pré-natal está sob vigilância. Segundo ela, 100% das Unidades Básicas de Saúde já receberam as notas técnicas que estabelecem o protocolo de monitoramento da doença e todo o fluxo de investigação diagnóstica, com a ficha que deve ser adotada para notificação de ocorrência de suspeita de microcefalia.

Nos últimos anos, o Amazonas tem registrado uma média de 3 a 5 casos anuais de microcefalia. Neste ano, até o momento, foram três casos, nenhum deles associado ao Zika vírus.

Tarefa – As funções do Comitê de Apoio criado pela Susam para o monitoramento da microcefalia são: assessorar tecnicamente a gestão e os serviços de saúde na elaboração de normas e procedimentos direcionados à prevenção, controle e tratamento da malformação; monitorar a evolução de possível epidemia da doença; e propor investigações e pesquisas que possibilitem aumentar o grau de conhecimento da doença, também visando sua prevenção e controle.

Presidido pelo próprio secretário, o comitê será formado pelo presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Bernardino Albuquerque; a médica Marianna Facchinetti Brock (especialista em medicina fetal); médica Ilka Espírito Santo, presidente da Sociedade Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia; as infectologistas Graça Alecrim e Maria Paula Mourão, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD); médica Elena Marta Amaral dos Santos, presidente da Sociedade Amazonense de Pediatria; neuropediatra Francisco Tussolini; Luena Xerez, coordenadora estadual da Rede Cegonha; Patrícia da Silva Magalhães, gerente de Maternidades da secretaria-adjunta de Atenção Especializada da Capital; Luciane Tellechea da Silva, da secretaria-adjunta de Atenção Especializada do Interior; e Sandra Mendes de Magalhães, representando a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa).

Sobre a microcefalia – A microcefalia é uma malformação em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada e os bebês nascem com o perímetro cefálico menor que o normal (habitualmente este perímetro é superior a 33 cm). Esse defeito pode ser resultado de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), bactérias, vírus e radiação. Na atual situação, a investigação da causa que levou a uma elevação tão expressiva e rápida dos casos da doença é o que está mobilizando as autoridades de saúde.


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