Lacen do Amazonas foi indicado pelo Ministério da Saúde para diagnosticar Zika vírus
O Ministério da Saúde (MS) anunciou a capacitação de mais 11 laboratórios públicos para realização de diagnóstico de Zika vírus, doença associada ao aumento de casos de microcefalia no país. Dentre as unidades capacitadas e indicadas como referência, está o Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen/AM), da Secretaria Estadual de Saúde (Susam).
O secretário estadual de Saúde, Pedro Elias, adianta que, a partir de janeiro, a previsão é que a Fundação de Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) também passe a oferecer o serviço, adotando a mesma técnica utilizada pelo MS, que é o PCR (Polymerase Chain Reaction – Reação em Cadeia da Polimerase), método de biologia molecular. “A Fiocruz já adota a metodologia, no Amazonas, e com mais duas unidades oferecendo o serviço, a capacidade será ampliada”, afirmou. A febre Zika é transmitida pelo Aedes aegypti, assim como Dengue e Chikungunya.
A diretora do Lacen/AM, Tirza Mattos, disse que aguarda os kits com os insumos (primers e sonda), que serão enviados pelo MS, para a realização dos exames. A previsão é que cheguem até a primeira quinzena de janeiro. Independente disso, segundo ela, os técnicos do Lacen, que é referência no estado, já estão trabalhando em conjunto com a Fiocruz, na realização dos diagnósticos de Zika vírus.
O Brasil conta, hoje, com cinco unidades referência para este tipo de exame. Com os 11 laboratórios credenciados, passa agora a ter 16 centros com essa capacidade. Nos dois próximos meses, a tecnologia será transferida para mais 11 laboratórios, de acordo com o MS, somando 27 unidades preparadas para analisar 400 amostras por mês de casos suspeitos de Zika em todo o país.
O repasse da tecnologia está sendo feito pelos laboratórios sentinelas de referência da Fiocruz, localizados no Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Pará (Instituto Evandro Chagas) e São Paulo (Instituto Adolfo Lutz). Os Lacen´s que foram credenciados, além do Amazonas, são dos estados da Bahia, Alagoas, Goiás, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
O teste, conforme o MS, deve ser feito, de preferência, nos primeiros cinco dias de manifestação dos sintomas. “A partir da confirmação e caracterizada a presença do vírus na região, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas. Vale ressaltar que o vírus Zika é de difícil detecção, já que cerca de 80% dos casos infectados não manifestam sinais ou sintomas”, alerta o Ministério.
Sobre o PCR – Método de biologia molecular de amplificação do DNA, o PCR é utilizado para o sequenciamento de genes e diagnóstico de doenças hereditárias, assim como para detecção e diagnóstico de doenças infecciosas. A diretora-presidente da FMT-HVD, Graça Alecrim, explica que a técnica tem como diferencial a sua versatilidade, que permite a aplicação em diversos materiais biológicos. “É um método capaz de identificar o patógeno (vírus, protozoários, dentre outros), fornecendo informações precisas da sua presença no material analisado. É muito importante para a confirmação do diagnóstico”, destaca. Graça Alecrim informa que a FMT também está se preparando para, a partir do próximo ano, testar novos métodos para detecção e diagnóstico do Zika vírus.
Unidades-sentinela – Como parte das ações para reforçar o monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e, agora, principalmente de Zika vírus, a Susam definiu quatro unidades sentinelas: o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado e o Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste, na rede pública e o Hospital Adventista, da rede particular. Além disso, a Susam expediu notas técnicas, assinadas em conjunto com o município, contendo orientações a serem adotadas nas maternidades e no atendimento ao pré-natal, na atenção básica.