FMT promove sessão clínica sobre Zika vírus, com palestra de Amilcar Tanuri

Um dos maiores especialistas em genética de vírus no Brasil, integrante do grupo de cientistas que detectou, pela primeira vez no país, a presença do vírus Zika em líquido amniótico e em cérebro de bebês, o professor Amilcar Tanuri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estará em Manaus, nesta quarta-feira (24), para participar como palestrante convidado, da sessão clínica que a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) promove às 10h, no auditório da instituição.

Tanuri falará sobre as características moleculares e virológicas do Zika Vírus circulante no Brasil e as pesquisas que estão sendo desenvolvidas no país. Antes do evento, às 9h30, Tanuri e a diretora-presidente da FMT-HVD, pesquisadora Graça Alecrim, estarão à disposição para conversar com a imprensa.

As sessões clínicas, explica Graça Alecrim, fazem parte do programa permanente de atualização do corpo clínico e dos alunos dos cursos de Residência Médica da FMT, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde (Susam). “O quadro epidemiológico da febre Zika no Brasil, e toda a gama de complicações que está sendo associada ao vírus, exigem que aprofundemos nossos conhecimentos e busquemos ampliar a troca de informações científicas sobre o tema”, afirmou a diretora, ao destacar a importância do tema escolhido para o evento.
Tanuri é chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, instituição com a qual a FMT mantém parceria, e atua como pesquisador visitante sênior da fundação amazonense. Por conta da parceria, a FMT passará a colaborar com o grupo de pesquisa que, no Brasil, está procurando desvendar, entre outros aspectos, o mecanismo de contaminação da placenta e do cérebro de bebês, cujas mães foram infectadas pelo Zika durante a gravidez, levando a complicações como a microcefalia.

“É preciso pesquisar as características do vírus que está circulando em cada região do País. Saber se o vírus que circula aqui, no Amazonas, é geneticamente igual ao do Rio de Janeiro e ao de cidades do Nordeste. Passamos a atuar como referência da rede estadual para o acompanhamento das gestantes com as chamadas viroses exantemáticas (com manchas na pele). Nos casos em que houver positividade para o Zika, o acompanhamento será até o nascimento do bebê”, explica Graça Alecrim.

Buscando respostas – Neste mês foi anunciado que, pela primeira vez no Brasil, os cientistas encontraram o vírus da Zika no líquido amniótico e no cérebro de bebês. O estudo, do qual Tanuri faz parte, é resultado de parceria entre a UFRJ, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Professor Joaquim Amorim Neto, da Paraíba, e o Instituto D’Or. A identificação do vírus foi feita em dois bebês da Paraíba que foram a óbito pouco depois do nascimento. Um deles tinha microcefalia, o outro um tipo de má-formação cerebral grave.

Os estudos que estão sendo realizados buscam responder perguntas sobre os efeitos da presença do vírus na formação do cérebro humano, durante o desenvolvimento fetal; quanto tempo o vírus pode ficar no organismo, escondido numa célula e se há o risco de sua reativação; a relação do vírus não só com a microcefalia, mas a várias outras complicações neurológicas, como a Síndrome de Guillain-Barré e a ventriculomegalia; além de esclarecer questões como o fato de que nem toda grávida que tem o vírus vai transmitir para o bebê.


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