Simpósio foca no financiamento de pesquisas de pós-graduação em doenças infecciosas

Começou nesta segunda-feira (23), o III Simpósio de Medicina Tropical (SimTrop), organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde. O evento, que conta com a participação de conferencistas nacionais e estrangeiros, está debatendo o cenário atual do financiamento às pesquisas voltadas paras as doenças tropicais.

Na abertura do simpósio, o diretor de Ensino e Pesquisa da FMT e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Marcus Lacerda, chamou a atenção para o fato de que, de um modo geral, as doenças degenerativas, o câncer e as doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, passaram a ter maior ênfase no campo das pesquisas científicas, porque hoje estão matando mais. “No entanto, há regiões, como é o caso da Amazônia, em que as doenças infecciosas e tropicais, como a malária e a leishmaniose, continuam a ter grande importância epidemiológica e é necessário lutar para que as pesquisas nessa área continuem a ter atenção e receber recursos”, disse o pesquisador.

Destacando a importância do tema escolhido para o simpósio, Lacerda frisou, no entanto, que os alunos da pós-graduação, muitos dos quais têm interesse em continuar a carreira de pesquisadores, precisam compreender bem esta realidade, estar bem preparados e serem criativos para enfrentar este cenário de dificuldades. “Não adiante ficar com a cabeça no passado, quando os recursos para o financiamento de pesquisas nesta área eram mais abundantes. Quando os recursos ficam mais escassos, sobrevivem os melhores e quem faz pesquisa malfeita enfrenta ainda mais dificuldades”, afirmou Lacerda.

Abertura – A palestra de abertura do Simpósio foi proferida pelo pesquisador e representante da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Adalberto Luis Val. Ele tratou o financiamento à pesquisa em doenças infecciosas no Brasil, do ponto de vista da Capes, que é ligada ao Ministério da Educação e voltada para a expansão e consolidação da pós-graduação (mestrado e doutorado) no País.

Para o pesquisador, o momento é de reinvenção no que se refere ao fomento de pesquisas em pós-graduação no Brasil. “Apesar dos desafios, esse não é o pior momento para os programas de pós- graduação. O que precisamos é capacitar esses alunos para que sejam produzidos bons projetos, os quais possam atrair os investimentos existentes. Houve apenas um pequeno período em que os recursos para a área de Ciência e Tecnologia eram fartos. Na maior parte do tempo é preciso bastante empenho para conquistá-lo”, defende.

O evento teve, ainda, na programação do primeiro dia, a palestra da diretora técnica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Andrea Walchman, sobre o papel da instituição no fomento à pesquisa no Estado.

Cenário internacional – Nesta terça-feira (24), último dia do simpósio, serão proferidas as palestras sobre “Financiamento da Pesquisa na União Europeia”, de Henrique Silveira, do IHMT/Universidade de Lisboa, e a do diretor de Ensino e Pesquisa da FMT, Marcus Lacerda, que ministrará o tema: “Como Escrever Projeto de Pesquisa”.

A última participação será de Manizhe Payton, do National Institutes of Health (NIH) – o principal centro de pesquisa biomédica dos Estados Unidos. Ela falará sobre financiamento internacional das pesquisas, pelo NIH.

O SimTrop é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, implantado pela FMT, em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O simpósio está acontecendo no auditório da FMT, localizado na avenida Pedro Teixeira, no bairro Dom Pedro.


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