Susam, Semsa e MPE criam sistema para integrar tratamento do pé diabético
As secretarias de Saúde Estadual (Susam) e Municipal (Semsa/Manaus), em parceria com o Ministério Público Estadual, lançaram nesta quinta-feira (20/02) portaria conjunta que cria o Sistema Integrado de Atenção ao Pé Diabético (SIAPD). O novo sistema vai permitir que as redes de atenção primária, do município, e de atenção especializada, do Estado atuem integradas numa linha de cuidados que vai desde a prevenção até o tratamento das lesões.
Durante o lançamento do novo sistema, no Auditório Procurador de Justiça Gebes Medeiros, na sede da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Amazonas, o secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, disse que a iniciativa vai contribuir para a redução das amputações de membros em pacientes com lesão nos pés decorrentes de complicações do diabetes. Em 2019, conforme o secretário, 753 pessoas com pé diabético sofreram amputações nos prontos-socorros do Estado.
“O pé diabético é um dos principais problemas de saúde pública e reflete em uma realidade difícil que são as amputações de membros, incapacitação e prejuízo para o funcionamento da rede de internação, haja vista que um paciente com feridas de pé chega a ficar até 45 dias internado no pronto-socorro”, disse o secretário.
O novo sistema cria um fluxo de atendimento na rede de assistência do Estado e do Município, integrando as unidades, proporcionando melhor resolutividade aos pacientes. Além disso, cria a referência e contra referência para os pacientes serem encaminhados de acordo com o nível de atenção.
Com o novo sistema, as policlínicas e os prontos-socorros deixam de ser a porta de entrada, para a atenção primária absorver esses pacientes e realizar o tratamento em tempo oportuno, antes que as lesões se agravem e seja necessária a amputação. O sistema também vai proporcionar o atendimento adequado de acordo com o nível da lesão, além de dar maior rotatividade de leitos, menor ocupação e menor tempo de permanência nos prontos-socorros.
A Susam mantém desde 2014 o programa do Pé Diabético para atendimento de pacientes com lesões de pé, provenientes do diabetes e lesões vasculares. Desde então, os números só aumentaram.
Começou com 156 admissões em um ano e em 2019 foram realizados 40.283 admissões de pé-diabético nas cinco policlínicas de referência do programa – policlínicas Danilo Corrêa, Codajás, Gilberto Mestrinho, Zeno Lanzini e José Lins. O numero de curativos nessas unidades saiu de 2.254, em 2014 para 44.397, em 2019. As amputações saíram de 71 para 753 em cinco anos.
O atendimento na rede estadual também é feito pelos prontos-socorros Platão Araújo e 28 de Agosto. Em 2019, foram 1.202 internações nas duas unidades. Em média, 50 por mês em cada unidade. A alta demanda de pacientes com lesões graves nos prontos-socorros acaba gerando sobrecarga na ocupação de leitos e danos aos pacientes. O tempo de permanência na internação de um paciente para tratamento de pé diabético dura entre 15 e 45 dias.
Pé Diabético – É uma das complicações do diabetes mellitus de impacto irreversível. Tais complicações podem ser físicas, mentais e sociais e correspondem à deformidades anatômicas, lesões e amputações.
Atendimento nas unidade de referência para o paciente com pé diabético
Atenção Primária
UBS Dr. Alfredo Campos;
UBS Guilherme Alexandre;
UBS Audias Gadelha;
UBS MJ PM Salvio Belota;
UBS Leonor de Freitas.
UBS Dr. José Rayol dos Santos.
Atenção Secundária
Policlínica Danilo Corrêa;
Policlínica PAM Codajás;
Policlínica Gilberto Mestrinho;
Policlínica Zeno Lanzini;
Policlínica José Lins.
Atenção Terciária
Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto;
Hospital e Pronto-Socorro Dr. Aristóteles Platão Araújo.