Susam realiza capacitação em Acolhimento e Classificação de Risco”
Ainda neste ano, os hospitais e prontos socorros da rede pública estadual de Saúde passarão a adotar o protocolo de Classificação de Risco, no atendimento aos pacientes. Como parte dos preparativos para implantação do novo modelo de atenção às urgências e emergências, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) promove nos dias 25, 26 e 27 deste mês, no auditório da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS/UEA), na Cachoeirinha, a “Capacitação em Acolhimento e Classificação de Risco”, para profissionais da rede de emergência do Estado.
Com a classificação de risco, o atendimento prioritário, mediante triagem, é feito considerando a gravidade do estado de saúde do paciente, em substituição ao conceito de ordem de chegada na unidade. “É uma estratégia que se destina fundamentalmente a diminuir os riscos de sequelas, complicações e óbitos dos pacientes graves. Se um paciente chega à unidade de urgência referindo dor no peito, na região do coração, é necessário dar prioridade de atendimento em relação àquele outro paciente que, mesmo tendo chegado um pouco antes, apresenta uma febre, uma dor de cabeça”, detalha o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.
O secretário destaca que a implantação da classificação de risco atende as diretrizes da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Política de Redes de Atenção de Urgência e Emergência, do Ministério da Saúde. A medida também está inserida nos preparativos da rede de saúde da capital, para a Copa do Mundo de 2014. Alecrim frisa que quatro maternidades do Estado – Ana Braga, Balbina Mestrinho, Alvorada e Instituto da Mulher Dona Lindu – e a Maternidade Municipal Dr. Moura Tapajóz já estão com este modelo de acolhimento funcionando.
O Governo do Amazonas adotará o Protocolo de Classificação de Risco Manchester, criado na Inglaterra, difundido em vários países da Europa e já adotado por outros Estados brasileiros. “Durante os três dias de capacitação, os profissionais irão conhece as regras do protocolo e serão treinados para adotá-las na rotina de atendimento da unidade”, explicou Alecrim.
Programação – – O secretário-executivo adjunto de Atenção Especializada da capital, Wagner William de Souza, explica que, nesta quinta-feira, primeiro dia do treinamento, o público da capacitação deverá ser formado por aproximadamente 300 profissionais da rede, que receberão informações mais gerais sobre o Protocolo Manchester. Esta reunião acontecerá a partir das 18h, no auditório da ESCS/UEA. Nos dois dias seguintes, a capacitação será específica para 50 profissionais (médicos e enfermeiros) dos Prontos Socorros 28 de Agosto, João Lúcio Machado e Platão Araújo, que atuarão efetivamente como executores do novo modelo de acolhimento, nessas unidades. Eles serão divididos em duas turmas de 25 pessoas, uma para treinamento na sexta-feira e, a outra, no sábado.
“A partir deste primeiro treinamento vamos executar um cronograma mensal de capacitações, até que toda a rede esteja pronta para a utilização do protocolo. A adoção da classificação de risco começará pelos prontos socorros que atendem o público adulto, se estenderá para os prontos socorros infantis, depois para os Serviços de Pronto Atendimento, até chegar no âmbito da Atenção Primária, com as Unidades Básicas de Saúde”, informou Wagner.
Protocolo Manchester –- A classificação de risco é uma importante ferramenta na organização do fluxo de atendimento e tem como objetivo determinar a prioridade clínica dos pacientes, identificando rapidamente aqueles que apresentam risco de morte ou perda de função de um órgão ou membro.
O protocolo baseia-se em categorias de sinais e sintomas e contém 52 fluxogramas de atendimento, dois deles para aplicação em situações com múltiplas vítimas (como grandes acidentes ou catástrofes) e os 50 restantes que orientam os atendimentos de rotina da unidade, conforme a situação/queixas apresentadas pelo paciente. Baseado na triagem feita a partir dos sinais e sintomas apresentados, os pacientes são classificados por cores, que representam o grau de gravidade e orientam o tempo de espera recomendado para o atendimento.