Susam inicia novo ciclo de aplicação do Palivuzimabe

Em dezembro, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) inicia um novo ciclo do calendário anual de atendimento dos bebês prematuros de alto risco e de crianças até 2 anos de idade portadoras de cardiopatia cianogênica ou doença pulmonar crônica, que precisam receber o Palivizumabe. Medicamento biológico de alto custo, produzido por engenharia genético, disponibilizado pelo Governo do Estado, em parceria com o Ministério da Saúde, o Palivizumabe é recomendado para a prevenção das infecções causadas pelo vírus sincicial respiratório. O VSR, como é mais conhecido o vírus, é o agente etiológico que causa as infecções respiratórias mais graves em crianças menores de um ano de idade, principalmente prematuras ou cardiopatas.

“Pelo terceiro ano consecutivo estaremos fazendo a aplicação do medicamento, adotando o Protocolo de Compartilhamento de Doses preconizado pelo Ministério da Saúde. Neste ciclo, devemos atender 50 crianças já cadastradas no programa e a previsão é de inclusão de mais 150 crianças”, informou o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.

No ciclo iniciado no final de 2013 e concluído em junho deste ano, o programa beneficiou 104 bebês, sendo 53 prematuros; 10 cardiopatas e 41 com doença pulmonar crônica. Para execução do calendário foram utilizadas 213 ampolas do medicamento, 80 enviadas pelo Ministério da Saúde e 133 adquiridas com recursos do próprio Estado. A previsão é que, neste ano, o Ministério dobre o número de frascos do medicamento disponibilizados para o Amazonas.

Nesta segunda-feira (17), técnicos das maternidades estaduais Ana Braga, Balbina Mestrino e Instituto da Mulher Donal Lindu e também da maternidade municipal Moura Tapajóz participaram de um treinamento ministrado por técnicos do Ministério da Saúde e da coordenação local do programa. Eles discutiram os fluxos de dispensação do Palivizumabe e, principalmente, receberam informações sobre o funcionamento do Sistema Nacional de Gestão de Assistência Farmacêutica – o Hórus -, utilizado pelo Ministério. “Esse sistema terá de ser adotado pelo programa do Palivizumabe nas unidades da rede estadual que funcionarão como pólos de aplicação do medicamento”, disse a neonatologista Tatiana Carranza coordenadora do programa na Susam. O objetivo desta ferramenta é registrar informações fidedignas sobre o acesso, o perfil de utilização, a demanda e o estoque de medicamentos.

Inicialmente, apenas a Maternidade de Referência Ana Braga, localizada na zona Leste, vinha funcionando como pólo de aplicação do Palivizumabe. “Conforme a Susam havia planejado, neste próximo ciclo do programa estamos ampliando o número de postos de atendimento para a Maternidade Balbina Mestrinho e no Instituto da Mulher Dona Lindu. Um terceiro posto, ainda em fase de definição, será informado em breve”, destacou Tatiana Carranza. A coordenadora salienta que o cronograma de aplicação do Palivizumabe é executado considerando a sazonalidade do vírus que, no Amazonas, circula entre os meses de janeiro a junho, período de maior intensidade das chuvas.

Quando o médico faz a prescrição do medicamento, a família precisa apenas apresentar a receita e a documentação da criança no serviço social da Secretaria, para que a solicitação seja encaminhada à Central de Medicamentos. “É um processo bastante rápido. No máximo em uma semana a criança já está inserida no programa”, garante a coordenadora.

Pioneirismo – O Amazonas foi um dos primeiros Estados a adotar um protocolo de compartilhamento de doses Palivizumabe. Somente neste ano, o investimento do Governo do Estado no programa foi de aproximadamente R$ 714 mil, para aquisição do medicamento, cuja ampola custa cerca de R$ 4 mil. Com o sistema de compartilhamento de doses adotado pela Susam, cada ampola do medicamento (que contém 1 ml após preparado) pode atender até cinco bebês, pois as doses são calculadas por quilo de peso e os prematuros acabam recebendo pequenas frações de dose. O esquema de tratamento pode ser de até cinco doses, em intervalos de 30 dias, conforme o caso.

Quando o médico faz a prescrição do medicamento, a família precisa apenas apresentar a receita e a documentação da criança no serviço social da Secretaria, para que a solicitação seja encaminhada à Central de Medicamentos.