Setembro Verde: Caminhada inicia o mês de Sensibilização para Doação de Órgãos, neste domingo
O calendário nacional de Sensibilização para Doação de Órgãos e Tecidos inicia neste domingo (1º/09), no Amazonas, com a Caminhada pela Vida, que ocorre a partir das 8h30, na Ponta Negra. A ação faz parte das atividades do Setembro Verde, campanha que chama a atenção para a importância da doação.
Esgotaram-se, em apenas dois dias, todas as vagas para participar da caminhada, que conta com mais de mil inscritos. Feita pela Internet, a inscrição é efetivada mediante a doação de 1 quilo de alimento não perecível, no domingo, dia do evento.
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes do Amazonas, Leny Passos, cada participante tem direito a uma camisa oficial do evento e os alimentos arrecadados serão doados para o Instituto de Apoio e Assistência em Transplante do Amazonas – Casa de Apoio San Martim.
A caminhada é organizada pela Coordenação Estadual de Transplantes, da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), em parceria com a Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Semjel), Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e Fundação Sangue Nativo.
Iluminação Verde – Além disso, instituições do Amazonas vão iluminar suas fachadas com a cor verde, que simboliza a Campanha de Sensibilização para Doação de Órgãos e Tecidos em todo o Brasil. Ao todo, são 14 entidades que vão iluminar suas fachadas, entre elas as unidades da Susam e os prédios da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) e do Conselho Regional de Enfermagem (Coren).
Captação de órgãos – No Amazonas, 306 órgãos foram captados pela equipe da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Amazonas, no período que compreende de 2011 a julho deste ano. Neste primeiro semestre, 13 órgãos foram captados; já em todo o ano passado, foram 27.
A coordenadora da Central de Transplantes do Amazonas, Leny Passos, explicou que o transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão ou tecido de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, geralmente após morte cerebral, ou seja, com a perda completa e irreversível das funções cerebrais e que não tenha sofrido parada cardiorrespiratória.
No estado, somente o fígado e rim são captados, em razão da logística, uma vez que tempo de isquemia – retirada de um órgão e transplante – pode levar até 48 horas e 12 horas, respectivamente. Em relação aos tecidos, o Amazonas já realizou a captação e transplante de 2.184 córneas nos últimos 16 anos; até julho deste ano, foram 101.
Desafios – A resistência da família e os mitos acerca da doação de órgãos dificultam a captação, segundo a coordenadora da Central de Transplantes. “É um momento muito delicado. Esperamos o momento certo de falar, mas muitas famílias têm um pensamento, um mito, sobre a doação. Pensam que o corpo vai ser deformado. A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico, como qualquer outra cirurgia, e o doador pode ser velado normalmente”, disse.
É preciso deixar claro para família, em vida, o desejo de ser um doador de órgão. A coordenadora afirma que um dos principais fatores que limita a doação de órgãos é a baixa taxa de autorização da família do doador.
Lista de espera única – Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e já estão aguardando em uma lista de espera única, que reúne todos os pacientes do país. A compatibilidade entre doador e receptores é determinada por exames laboratoriais, e a posição em lista é determinada com base em critérios como tempo de espera e urgência do procedimento.