Platão Araújo abre consultório de atendimento rápido para reduzir tempo de permanência de paciente n
Com
a implantação de um consultório de atendimento rápido, o Hospital e
Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo, na zona leste, passou a evitar que
paciente sem gravidade permaneça por longos períodos dentro da unidade. O
novo espaço de acolhimento permite ao hospital direcionar sua força de
trabalho, estrutura e insumos para os casos de urgência e emergência,
que são o perfil de um HPS.
Apesar
de ser um HPS, o Platão Araújo é uma das unidades da Secretaria de
Estado de Saúde (SES-AM) mais demandadas por pacientes de baixa ou
nenhuma gravidade – casos que, na prática, deveriam ser atendidos em
Unidades Básicas de Saúde (UBSs), estabelecimentos de responsabilidade
da administração pública municipal.
Segundo
dados do hospital, entre 17 de outubro e 17 de novembro, dos 5.757
pacientes que foram atendidos na unidade, 2.299 eram casos com pouca ou
nenhuma urgência. Ou seja, 40% da demanda no HPS nesse período de um mês
era de pacientes com perfil de UBS.
A
diretora do Platão Araújo, Aída Tapajós, assinala que esses pacientes,
mesmo não sendo do perfil da unidade, foram sempre acolhidos. A questão é
que, antes da implantação do consultório, essa pessoa passava horas
dentro do hospital, entre consultas, laboratório, sala de medicação e de
exames, contribuindo para cenários de superlotação, explica a diretora.
“Hoje,
com o consultório exclusivo, esse paciente não circula na unidade. Ele
entra, é examinado, e pode usar até três insumos da unidade (exame
laboratorial, ou raio-X, ou medicação). Após o atendimento imediato, ele
é encaminhado para a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa,
que é o local onde ele deve ser acolhido nesse tipo de situação”,
explica.
Atendimentos –
O aposentado Gaudêncio Cândido da Silva, de 78 anos, foi um dos 2,2 mil
pacientes com esse perfil que buscaram atendimento no Platão Araújo em
novembro. “Toda vez que venho aqui me dou bem. Sempre fui bem atendido.
Não gosto da casinha (UBS). O remédio aqui (Platão) é abençoado”,
brincou o paciente, que chegou ao hospital com queixa de dor no abdômen.
Informado
de que casos como o dele poderiam ser acompanhados em uma UBS,
Gaudêncio disse ter essa informação, mas que enfrenta dificuldade para
marcar consulta na unidade de saúde próxima de casa. Ele mora na avenida
Itaúba, no bairro Jorge Teixeira, também na zona Leste.
Outro
paciente de baixa gravidade atendido no Platão Araújo neste mês foi o
industriário Alan Elias Lopes, de 33 anos. Ele procurou o hospital após
dois dias com sintomas de inflamação na boca. Alan conta que sempre
buscou atendimento em prontos-socorros, por julgar que neles o
atendimento é mais rápido.
“Achei
o atendimento aqui bom. Me atenderam bem, fui atendido por médico e
enfermeira, estão de parabéns. Tinha o medicamento que eu precisei. Foi a
primeira vez que vim aqui. Geralmente, sempre vou em pronto-socorro,
porque eles atendem logo. Nunca fui em UBS, não sei qual é o
procedimento lá”, contou o industriário.
Classificação de risco –
A gravidade do paciente é critério para definir a ordem de atendimento
em HPS. Essa definição é feita pelo protocolo de Manchester, um sistema
de triagem que classifica o paciente em cinco tipos, sinalizados pelas
cores: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul.
Os
pacientes atendidos no consultório de atendimento rápido são os
classificados na triagem com as cores verde e azul. Pelo protocolo de
Manchester, o paciente verde é o menos grave, que pode inclusive ser
tratado ambulatorialmente (UBS). Enquanto o azul é o de baixa
complexidade (não urgente), que deve ser tratado ambulatorialmente,
também em UBS.
O consultório de atendimento rápido (fast track)
é uma ferramenta de gestão aplicada nas unidades de urgência e
emergência do Governo do Amazonas pelo projeto Lean nas Emergências. O
projeto é do Ministério da Saúde e é implementado pelo hospital Sírio
Libanês, fazendo parte das estratégias estabelecidas pela SES-AM, dentro
do Programa Saúde Amazonas, para a melhoria dos serviços de Saúde do
Estado.
FOTOS: Rodrigo Santos/SES-AM