Oficina sobre Humanização do Parto e Nascimento é realizada em Manaus
O fortalecimento das chamadas “tecnologias leves” no suporte físico e emocional à mulher grávida, durante o seu atendimento nas maternidades, é o tema da Oficina Regional sobre Humanização do Parto e Nascimento, que começou nesta segunda-feira (11), em Manaus, e tem a participação de profissionais de saúde dos 7 Estados da região Norte. Promovido pela Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa) e o Ministério da Saúde, o evento tem o apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e está acontecendo no Salão Rio Negro, do Hotel Tropical, até esta terça-feira (12).
A presença de um acompanhante, de escolha da grávida, durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto; a capacitação e inserção de doulas – como são chamadas as mulheres da comunidade especialmente treinadas para atuar no apoio emocional e físico às grávidas em trabalho de parto –; e a adaptação da ambiência das maternidades são alguns exemplos das chamadas “tecnologias leves”, envolvidas no processo de humanização do atendimento às grávidas, e que estão sendo discutidos durante a oficina.
Na abertura do evento, o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim frisou a importância desses mecanismos, alguns já adotados ou em fase de adoção por unidades da rede pública estadual, e destacou que é necessário reforçar as ações que visam colocar o parto natural – e não o parto cirúrgico – como opção prioritária nas maternidades. “Esta é uma visão que precisa ser resgatada e fortalecida ainda nos centros formadores dos profissionais da área da saúde, principalmente médicos e enfermeiros. Muitas vezes é lá, ainda na fase de formação profissional, que ocorre o grande desvio de eixo em relação a como deve ser o processo do parto/nascimento”, disse Alecrim.
O secretário ressaltou que o Amazonas foi um dos primeiros Estados a aderir à Rede Cegonha, estratégia lançada pelo Ministério da Saúde com ênfase no atendimento humanizado à gravidez, parto e nascimento. “Só lamentamos o fato de, muitas vezes, não conseguirmos efetivar algumas ações previstas na estratégia, porque esbarramos nos excessos da burocracia. Um exemplo disso é a dificuldade de acesso a recursos disponibilizados pelo Ministério, em decorrência das exigências da Caixa Econômica, onde estão esses recursos”, afirmou Alecrim.
Troca de experiências – De acordo com a coordenadora estadual de Saúde da Mulher, Sandra Cavalcante Silva, as oficinas regionais que estão sendo promovidas pela ReHuNa e o Ministério têm a finalidade de favorecer a divulgação de idéias, a troca de experiências relacionadas ao processo de humanização do parto nos serviços de saúde, bem como fornecer subsídios para os participantes atuarem em suas comunidades, locais de trabalho, no ensino e na pesquisa com ênfase nos aspectos relacionados ao tema.
A realização de Oficinas Regionais sobre Humanização do Parto e Nascimento foi uma proposta da 1ª Oficina Nacional sobre o tema, organizada pela ReHuNa, em 2011. Marilda Castro, representante da entidade, explica que as edições regionais do evento devem ser sucedidas de oficinas estaduais, sempre buscando a participação de gestores, profissionais e movimentos sociais.
Exposição – Durante a Oficina, a Susam fará a apresentação de dois temas: “Acompanhante no serviço de saúde, no atendimento ao parto e nascimento no Amazonas”, cuja exposição será feita pelo secretário-adjunto de Atenção Especializada da Capital, Wagner William de Souza; e “Ambiência nos serviços de saúde, no atendimento ao parto, no Amazonas”, apresentada pela Gerente de Maternidades e Hospitais, Mônica Melo. A gerente de Enfermagem do Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), Gracimar Fecury Gama, será uma das debatedoras da mesa redonda sobre a atuação das doulas no SUS e apresentará a experiência do IMDL com a inserção dessas profissionais no trabalho desenvolvido pela unidade.
Fique por dentro – A ReHuNa é um organização da sociedade civil, fundada 1993, em Campinas, com o objetivo principal promover e reivindicar a prática do atendimento humanizado ao parto/nascimento, em todas as suas etapas, a partir do protagonismo da mulher e da adoção, com base em evidências científicas, das chamadas “tecnologias leves”, pelos serviços de saúde que prestam atendimento nessa área.