Instituto da Mulher Dona Lindu recebe título de Hospital Amigo da Criança
O Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), do Governo do Estado, foi credenciado a receber o título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O título é um reconhecimento pelas ações de proteção, apoio e estímulo ao aleitamento materno desenvolvidas pela unidade, que é referência no atendimento integral à saúde da mulher, nas especialidades de Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia. O secretário de Estado da Saúde, Wilson Alecrim, disse que a obtenção do credenciamento coroa o empenho e dedicação da equipe da unidade, em defesa da prática da amamentação, uma medida de reconhecida importância para a redução da taxa de mortalidade infantil, a prevenção de doenças e o desenvolvimento saudável das crianças.
Idealizada pela OMS e pelo Unicef, em 1990, o título de Hospital Amigo da Criança (HAC) foi incorporado pelo Ministério da Saúde em 1992 e, com o apoio das secretarias estaduais e municipais de saúde, capacita profissionais, avalia e estimula a rede hospitalar a cumprir pré-requisitos para a obtenção do credenciamento. Entre esses requisitos está o funcionamento de um comitê de investigação de óbitos maternos, infantis e fetais e a adoção dos chamados “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”. Os Dez Passos incluem: o treinamento de toda a equipe para a implementação de normas específicas de estímulo, promoção e apoio à amamentação; a prática do alojamento conjunto (permitir que mães e bebês fiquem juntos 24 horas por dia); a realização permanente de ações educativas com as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento materno, entre outros.
A diretora presidente do Fundo de Promoção Social (FPS) do Governo do Estado, a primeira-dama Nejmi Aziz, uma das principais apoiadoras das ações de estímulo ao aleitamento materno, comemorou a conquista, ressaltando que a prática é de fundamental importância para garantir a saúde das crianças e fortalecer os vínculos entre mãe e filho.
O diretor do IMDL, Agnaldo Costa, destacou a importância do título obtido pelo Instituto e disse que as ações em prol do aleitamento materno compõem a ampla política de atendimento humanizado e de boas práticas, incorporado pela unidade desde sua inauguração, com o objetivo de proporcionar, especialmente às grávidas que realizam seus partos na unidade, um atendimento integral, fortemente marcado pela participação da família. “Além dos investimentos para manter a unidade atualizada em termos tecnológicos e de ambiência, nosso grande empenho tem sido no sentido de capacitar permanentemente nossos recursos humanos, para atuarem de acordo com as diretrizes de programas como a Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, e também o HAC, que são referência de política de humanização no atendimento em saúde”,afirmou Agnaldo Costa.
No IMDL são realizados, por mês, uma média de 650 partos, 250 cirurgias ginecológicas e 160 procedimentos cirúrgicos de mastologia, entre outros.
Meta alcançada – A gerente de Enfermagem do IMDL, Gracimar Fecury Gama, que coordenou o processo de preparação do Instituto para o credenciamento no HAC, diz que o título de Hospital Amigo da Criança era meta prioritária para a equipe da unidade. “Estamos muito recompensados em atingir esta meta, após um trabalho árduo para estabelecer um padrão de excelência nas ações voltadas ao aleitamento materno, desenvolvidas por todo o corpo profissional do Instituto”, ressaltou Gracimar. Ela salienta que, para cumprir os “Dez Passos do Aleitamento Materno”, é necessário capacitar e envolver todos os profissionais, incluindo aqueles que trabalham no acolhimento inicial das pacientes, passando pelo pessoal de apoio, até o corpo de enfermagem, médicos, nutricionistas e demais integrantes do atendimento multiprofissional. “Também é necessário avançar para a capacitação de uma rede de apoio, que possa seguir com esse trabalho, junto à mãe, após a alta hospitalar. Para assegurar essa continuidade, trabalhamos com agentes comunitários da Estratégia Saúde da Família e equipes das Unidades Básicas de Saúde, por exemplo”, acrescentou a enfermeira.
Hospital Vó Mundoca – O Instituto da Mulher Dona Lindu foi a segunda unidade da rede pública de saúde do Amazonas a receber o título de Hospital Amigo da Criança neste ano. No início do primeiro semestre, o Hospital Vó Mundoca, do município de Borba, concluiu o processo de credenciamento, sendo a primeira unidade hospitalar do interior do Estado a receber o título.
De acordo com a coordenadora estadual de Saúde da Criança, Katherine Benevides, todas as maternidades da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) já ostentam o título de Hospital Amigo da Criança. “Estas unidades são permanentemente avaliadas para assegurar que os pré-requisitos para a obtenção do título continuam sendo observados e mantidos no padrão preconizado”, frisa. Estas avaliações ocorrem anualmente, de forma interna (por técnicos locais), e a cada três anos, de forma externa, por técnicos da Coordenação Nacional de Saúde da Criança, do Ministério da Saúde.
Fique por dentro: O HAC está inserido na Estratégia Global para Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância, criada em 2002 pela OMS/Unicef, que busca apoio renovado à amamentação exclusiva, do nascimento aos seis meses de vida, e a continuidade da amamentação por dois anos ou mais, com introdução de alimentação complementar adequada e no momento oportuno.
OS DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO:
1. Ter uma política de aleitamento materno escrita, que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados da saúde.
2. Capacitar toda a equipe de cuidados da saúde nas práticas necessárias para implementar essa política.
3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno.
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento.
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se separadas dos seus filhos.
6. Não oferecer aos recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica.
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos – 24 horas por dia.
8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda.
9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.
10. Promover grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na alta da maternidade.