Francisca Mendes realiza cirurgias pediátricas, com tratamento inovador para cardiopatia congênita

O Hospital Francisca Mendes, do Governo do Estado, realiza nesta terça-feira (10), a partir das 8h, uma agenda de cirurgias pediátricas utilizando a técnica de cateterismo (método percutâneo, não invasivo). Entre as seis crianças beneficiadas, algumas estarão passando pelo procedimento para tratar uma cardiopatia congênita chamada comunicação intraventricular (CIV). “O uso da técnica do cateterismo para o tratamento da CIV é considerado inovador, pois, normalmente, o problema é resolvido por meio de cirurgia cardíaca de peito aberto, no método tradicional”, destaca o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.

Alecrim ressalta que a assistência prestada pela rede estadual de saúde na área de cardiologia vem passando por um processo de fortalecimento e ampliação. “Essa política de atuação tem sido reforçada pelo governador José Melo, e inclui investimentos em infraestrutura e equipamentos mais modernos. Além disso, engloba também medidas relativas à gestão, como é o caso do processo de transformação do Hospital Francisca Mendes em Fundação, já aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado e em andamento”, afirmou.

No último mês de março, resultado de investimentos da ordem de R$ 45 milhões – incluindo R$ 1,9 milhão de recursos federais – o Governo do Estado inaugurou a área de expansão do Hospital Francisca Mendes, dotada de um moderníssimo equipamento de hemodinâmica, que permitiu ampliar a capacidade de atendimento da unidade e estruturar o serviço de Cardiopediatria. “Os procedimentos passaram a ser realizados num ambiente mais moderno e melhor equipado, permitindo a adoção de tratamentos que, por serem menos invasivos, reduzem os riscos de complicações e também o tempo de internação dos pacientes”, disse Alecrim.

O diretor do Hospital Francisca Mendes, Pedro Elias de Souza, destaca que a nova estrutura de atendimento vem permitindo definir uma agenda fixa de realização dos cateterismos infantis. “Anteriormente, realizávamos o procedimento no hospital de forma mais esporádica e era necessário contar com o suporte da rede conveniada da Secretaria Estadual de Saúde para o atendimento das crianças cardiopatas”, explicou Pedro Elias.

Inovação – O cateterismo cardíaco é um procedimento clínico-cirúrgico que permite, por meio de filmagem em raios X na sala de hemodinâmica, identificar e tratar defeitos em recém-nascidos e crianças cardiopatas, sob anestesia geral. O procedimento é realizado através de cateteres que são introduzidos pelas veias e artérias femorais (vasos da virilha). “Através destes, são introduzidas órteses que fecham defeitos, ou balões que abrem válvulas e comunicações”, explica o cirurgião Ronaldo Camargo, um dos coordenadores da equipe de atendimento.

Camargo explica que as comunicações interventriculares são os defeitos cardíacos mais comuns na infância, correspondendo a aproximadamente 20% de todas as cardiopatias congênitas nessa faixa etária. Normalmente, os dois lados do coração não se comunicam. A CIV se caracteriza pela presença de um orifício que permite a circulação do sangue de um lado para outro do coração (esquerdo e direito), levando a sintomas como cansaço extremo e aumento da pressão no pulmão. “O fechamento percutâneo de CVI perimenbranosa é um procedimento avançado. No Brasil, apenas seis Estados já estão adotando a técnica, que começou a ser utilizada com sucesso no inicio da década de 90. No ano de 2000, com o lançamento das próteses assimétricas e simétricas idealizadas para oclusão das comunicações interventriculares perimembranosas, essa opção terapêutica tornou-se mais popular no mundo. Estudos recentes evidenciaram a eficácia desse dispositivo, com baixos índices de complicações, detalhou Ronaldo Camargo.

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