FMT participará de pesquisa inédita sobre a presença do vírus Zika nos fluidos corporais
Pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro e de Pernambuco preparam-se para iniciar um grande estudo sobre a presença e a persistência do Zika vírus nos fluidos corporais (lágrima, saliva, leite materno, secreções vaginais e esperma). A intenção do estudo é avançar, no sentido de esclarecer a possibilidade de transmissão do Zika por outras vias, que não a da picada do Aedes aegypti”.
O secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, explica que a pesquisa é financiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em parceria com o Ministério da Saúde brasileiro. O estudo será o primeiro realizado no mundo, neste formato, disse ele.
Segundo o diretor de Ensino e Pesquisa da FMT, pesquisador Marcus Lacerda, na semana passada, em Recife, ocorreu a primeira reunião sobre o estudo. Os pesquisadores começaram a trabalhar na elaboração do protocolo da pesquisa. “A FMT será um dos locais onde a pesquisa será realizada”, afirmou.
Ele ressalta que ainda há poucos estudos sobre o Zika e que alguns apontam evidências da transmissão do vírus pela via sexual, mas sem que esteja claro se isso pode ocorrer apenas pelo sêmen masculino ou, também, pela secreção vaginal e se está restrito a uma parcela dos casos. “Há muitas questões a serem respondidas”, diz Lacerda.
A médica Adele Benzaken, vice-coordenadora do Departamento Nacional de DST/Aids e Hepatites Virais, que está coordenando o grupo de pesquisadores, explica que o estudo deverá ser organizado em duas fases: a primeira, para verificar a presença e persistência do Zika nos fluidos corporais e a segunda analisando a rede sexual das pessoas infectadas, para verificar o potencial de transmissibilidade desses fluidos.