Especialistas fazem alerta às gestantes, no Dia Nacional de Combate à Sífilis

No Dia Nacional de Combate à Sífilis (20 de Outubro), o alerta dos especialistas é, principalmente, para as gestantes, grupo que apresenta alto índice da doença, no estado. De acordo com dados do Sistema de Agravos de Notificação (Sinan), no período de janeiro a julho deste ano, foram registrados 1.442 casos de Sífilis no Amazonas. Desse total, 1.081 em grávidas.

O tema foi discutido, nesta quinta-feira (20), no “2º Seminário Estadual de Sífilis”, evento promovido pela Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde (Susam). Profissionais, estudantes e membros da sociedade civil organizada participaram do seminário, alusivo ao Dia Nacional de Combate à Sífilis.

Organizado pela Coordenação Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais, da FMT, a capacitação teve como objetivo atualizar e orientar os profissionais sobre o diagnóstico e tratamento da doença, principalmente em gestantes, pela preocupação com os altos índices de Sífilis Congênita (a que é transmitida da mãe para o bebê).

A coordenadora estadual de DST/AIDS, Silvana Lima, explica que a Sífilis é uma doença infecciosa, que pode ser transmitida de uma pessoa para outra, nas relações sexuais sem uso da camisinha, por meio de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê, durante a gestação ou no parto.

Silvana Lima destaca que há uma preocupação em todo o país com a Sífilis Congênita, por isso, é preciso reforçar com os profissionais da saúde a necessidade de incluir o teste para detecção da doença, logo nas primeiras consultas do pré-natal, nas Unidades Básicas de Saúde. O ideal, segundo a coordenadora, é que o diagnóstico seja feito no primeiro trimestre da gravidez. “É primordial que as grávidas façam o pré-natal corretamente”, reforçou.

Ela ressalta que a Sífilis Congênita apresenta consequências graves na vida das crianças. “Esse bebê pode ter alguma doença congênita, futuramente, como retardo intelectual e desenvolver problemas cardíacos”, exemplificou.

Durante o seminário, os participantes também foram orientados sobre as formas de tratamento da Sífilis, com base no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêutica (PCDT) em Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde. Em todo o Brasil, desde 2013 as redes pública e privada de saúde enfrentam dificuldades com a falta de penicilina benzatina, que é o principal medicamento para o tratamento da Sífilis. Os laboratórios produtores do medicamento têm dificuldade de produção devido à escassez mundial no suprimento da matéria-prima. “Em decorrência disso, o Ministério da Saúde definiu protocolos que priorizam a utilização do medicamento para o atendimento de gestantes e recém-nascidos, com alternativas de tratamentos nos demais casos”, disse.

A programação do Seminário incluiu palestras sobre “A importância da consulta de enfermagem no pré-natal, no controle da Sífilis Congênita”, “Métodos de diagnóstico da Sífilis Adquirida e Sífilis na Gestação”, “Fases clínicas da Sífilis e tratamento conforme novo protocolo”, “Sífilis Congênita: diagnóstico e tratamento na indisponibilidade de penicilina”.