Curso prepara profissionais da saúde e segurança para atuarem em acidentes com materiais tóxicos

Profissionais da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) que atuam na rede urgência e emergência participam de um curso da Força Nacional do SUS, para reforçar os procedimentos de atendimento em caso de acidentes com materiais Químicos, Biológicos e Radionucleares (QBRN). A capacitação, que tem como foco as Olimpíadas Rio 2016, é promovida pelo Ministério da Saúde (MS), com a parceria das secretarias estadual e municipal de saúde e Corpo de Bombeiros. O treinamento iniciou nesta segunda-feira (11) e vai até quinta-feira (14), de 8h às 12h e de 14h às 18h, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), na avenida Joaquim Nabuco. Também participam do curso a Defesa Civil, Polícias Civil e Militar e Forças Armadas.

Manaus vai sediar seis jogos nas Olimpíadas, sendo duas rodadas duplas do torneio masculino, nos dias 4 e 7 de agosto, e uma rodada dupla do feminino no dia 9, todas na Arena da Amazônia. De acordo com o secretário de estado de Saúde, Pedro Elias de Souza, o objetivo do treinamento é preparar os profissionais que vão atuar durante os dias de evento a darem uma resposta rápida à população em caso de acidentes decorrentes de agentes QBRN. “Esse protocolo, que está sendo reforçado, é o mesmo que foi adotado durante a Copa do Mundo de 2014”, disse ele.

Pedro Elias destacou que, durante as Olimpíadas, a Fundação do Coração Francisca Mendes, na Cidade Nova, zona Norte, será a o serviço de referência no atendimento a vítimas de um eventual acidente com agentes QBRN. “A unidade vai manter uma área reservada de sobreaviso para esses atendimentos, conforme exige o protocolo de Defesa QBRN”, afirmou.

Segundo a representante da Força Nacional do SUS, Leda Sobral, durante o curso serão abordados aspectos como a avaliação da ameaça, as ações a serem adotadas em cada situação e os órgãos que devem ser imediatamente acionados. “Para cada situação há um protocolo de resposta. São essas informações que estamos reforçando com os profissionais”, explicou.
Estrutura – As ações no setor da saúde para as Olimpíadas estão sendo organizadas em conjunto, pelos técnicos da Susam e da Semsa. Contemplam medidas de prevenção, vigilância epidemiológica e sanitária, além da assistência. Na rede hospitalar de urgência, será adotado o mesmo modelo de plano de contingenciamento utilizado durante a Copa do Mundo. “Esse modelo deixa toda a rede preparada para uma resposta rápida em caso de acidentes como múltiplas vítimas”, frisou o secretário Pedro Elias.

Ainda assim, algumas unidades funcionarão como referência. Além da Fundação Francisca Mendes, nos casos de acidentes com QBRN, o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto atuará no atendimento a queimados e ocorrências de urgência nas especialidades cardiovascular, nefrologia, urologia, traumato-ortopedia, oftalmologia, clínicas médica e cirúrgica. O Pronto-Socorro João Lúcio será a referência, principalmente, para neurocirurgias, cabeça e pescoço, bucomaxilo e, também, traumato-ortopedia, cardiovascular e clínicas médica e cirúrgica. A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) atuará nos casos de doenças infecciosas e parasitárias e dermatologia tropical. Na instituição também estará em funcionamento, durante os jogos olímpicos, a Clínica do Viajante, voltada ao atendimento dos turistas que chegarão à cidade para acompanhar os jogos. Na Clínica, o atendimento é bilíngue.

Os Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), UPA Campos Sales e o Pronto Atendimento do Hospital Delphina Aziz também vão atuar nos casos de média complexidade.

Arena – Durante as partidas na Arena da Amazônia, a Susam e a Semsa também vão atuar integradas. A estrutura de atendimento será composta por sete postos, sendo dois no nível superior, dois no nível zero e mais dois nos vestiários. Na parte exterior, reservada para as estruturas temporárias, deverá ser montando ainda um posto maior, com estrutura hospitalar, incluindo leitos de UTI. O planejamento para a Arena prevê a implantação de um Sistema de Regulação semelhante ao adotado na rede pública de saúde. O paciente que necessite de remoção já sairá de lá encaminhado para a unidade previamente definida. Mais de 70 profissionais estarão atuando para fazer funcionar esta estrutura de assistência e regulação, entre médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, maqueiros, administrativos e pessoal de limpeza.

O Hospital Adventista, unidade da rede privada, localizada no Distrito Industrial, zona Sul, ficará responsável pelo atendimento à Família Olímpica, formada por atletas, dirigentes e demais envolvidos na organização do evento.