Bancos de Leite Humano da Susam têm mais de 300 doadoras

Dez
dias após ter o segundo filho, a pedagoga Samara Lima se tornou uma das 341
doadoras dos Bancos de Leite Humano (BLH) da Secretaria de Estado de Saúde
(Susam), nos três primeiros meses de 2019. Ela conta que se sensibilizou com as
palestras que participou na maternidade Azilda Marreiro.

 

“Partia meu coração saber que havia crianças em uma Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) precisando de leite. E eu tenho muito, sempre tirava e
jogava, porque o meu neném não dava conta, acabava se afogando, chorava, e como
ficava ‘empedrado’ (ingurgitamento mamário) eu jogava fora”, relatou.

 

A pedagoga conta que, quando teve o primeiro filho, há 11 anos,
não tinha a mesma sensibilidade em relação à doação. Atualmente, doa todas as
segundas-feiras, quando a maternidade envia um motorista para buscar o leite.

 

Mãe de primeira viagem, a jornalista Mayrlla Motta aproveita as
consultas da filha na maternidade Balbina Mestrinho para doar o leite em
excesso no BLH Fesinha Anzoategui, que funciona na unidade.

 

“Tinha dias que eu ordenhava e saía 150 ml só de um lado do
seio, tinha muito leite. E isso estava me deixando doente, então fui a Unidade
de Pronto Atendimento (UPA), pois o ingurgitamento mamário pode se transformar
em mastite. Foi então que eu decidi doar, pois meu leite é muito precioso para
eu estar jogando”, disse.

 

A jornalista afirma que se sente feliz em poder ajudar com as
doações de leite humano. “Eu tinha consciência de que estaria ajudando mais
recém-nascidos, porque muitos bebês ficam nas UTIs. O leite materno é fonte de
vida, e eu queria ajudar essas crianças”, ressaltou.

 

Campanha – Para
incentivar as mulheres em período de amamentação a doarem, a Susam, por meio da
Coordenação Estadual de Saúde da Criança, realiza a partir do dia 17 de maio a
programação alusiva ao Dia Nacional de Doação de Leite Humano, celebrado no dia
19 deste mês, nos três BLH da secretaria.

Serão realizadas palestras para divulgação e sensibilização nas
recepções das maternidades e nos Alojamentos Conjuntos (Alcons), além de rodas
de conversas com gestantes das unidades básicas de saúde (UBS) ligadas à
Maternidade Azilda Marreiro.

 

“O Ministério da Saúde preconiza que o aleitamento materno deve
ser exclusivo até 6 meses de vida. Ou seja, o alimento materno é o alicerce
para a construção de uma base sólida tanto em saúde física como mental”, afirma
 a coordenadora estadual de Saúde da Criança, Katherine Benevides.

 

A Campanha “Presenteie a vida. Doe Leite Materno” vai incentivar
as mulheres em período de amamentação a doarem, a fim de que os bancos possam
atender bebês prematuros e os que necessitam de cuidados especiais internados
nas maternidades.

 

Segundo a coordenadora, o leite materno atua em todo o organismo
e, em longo prazo, combate a obesidade e, principalmente, ajuda a reduzir a
mortalidade infantil.

 

Quem pode doar? – As mães
que possuam excesso de leite, que não tenham problemas de saúde e que não
estejam fazendo uso de medicamento que interfira no leite podem doar, conforme
Katherine Benevides.

 

“Para que a mãe seja doadora, ela faz vários exames,
providenciados pelo próprio BLH, e faz entrevista com o pediatra para saber se
está apta à doação de leite. É importante que ela seja bem saudável, porque é
um leite que vai para os bebês prematuros, é um leite que salva vidas”,
ressaltou a coordenadora.