Alfredo da Matta leva mutirão de atendimento à Colônia Antônio Aleixo, no sábado (30)
A Fundação Alfredo da Matta (Fuam), vinculada à Secretaria Estadual de Saúde (Susam) realiza no sábado (30) um grande mutirão de atendimento no bairro Colônia Antônio Aleixo, como parte da programação alusiva ao Dia Mundial de Combate à Hanseníase, celebrado no último domingo de janeiro. A ação, denominada “Dia H”, será oficialmente aberta às 8h30, na Policlínica Antônio Aleixo, com presença do secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, do diretor-presidente da Fuam, Helder Cavalcante, e de representantes do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Mohan).
De acordo com Helder Cavalcante, o atendimento à população, no “Dia H”, será realizado tanto na policlínica quanto no Centro de Reabilitação anexo da unidade, que funciona na mesma rua (av. Getúlio Vargas, Praça Tancredo Neves, Colônia Antônio Aleixo). “Estaremos com uma equipe de 12 técnicos em dermatologia e 18 médicos dermatologistas realizando o atendimento. Além disso, estaremos com outra equipe realizando aconselhamento e testes rápidos para o diagnóstico de HIV e Sífilis”, explicou o diretor.
A ação tem o apoio do município, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que funcionam no bairro, do Mohan e da Associação de Moradores da Colônia Antônio Aleixo, que passaram a semana fazendo o trabalho de divulgação da jornada especial de atendimento. “A Colônia Antônio Aleixo tem um simbolismo muito grande para a história da Hanseníase no Estado e, neste ano, resolvemos concentrar no bairro as ações alusivas ao Dia Mundial de combate à doença. Foram muitos anos de luta, um passado que não devemos esquecer, porque nos lembra que devemos manter os esforços para reforçar sempre as ações de enfrentamento da doença, com o diagnóstico precoce e tratamento dos casos”, afirmou Helder.
Em 2015, o Amazonas registrou 489 novos casos de Hanseníase. O número está em queda, ano a ano, mas a meta da Fuam, que é a principal referência da rede estadual de Saúde para o diagnóstico e tratamento da doença, é chegar a menos de dois casos para cada 100 mil habitantes. Hoje, são 12 casos para 100 mil.
Já nesta sexta-feira (29), às 10h, na praça central da Colônia Antônio Aleixo, haverá uma atividade de sensibilização sobre a Hanseníase. Organizado pelo Mohan e Associação de Moradores da Colônia Antônio Aleixo, com o apoio da Fuam e demais serviços de saúde do bairro, a atividade será uma espécie de “esquenta” para o mutirão especial de atendimento que estará ocorrendo no sábado.
Sintomas e diagnóstico – A hanseníase é uma doença infecciosa, que causa manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas na pele, com diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque. Também pode ocorrer sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, surgimento de caroços e placas em qualquer local do corpo e diminuição da força muscular, por exemplo, como ter dificuldade para segurar objetos.
A hanseníase pode atingir rosto, olhos, orelhas, nariz, braços, mãos, pernas e pés. E demora de 2 a 7 anos, em geral, para o aparecimento dos primeiros sintomas. Caso o tratamento seja tardio, podem ocorrer sequelas e incapacidades físicas. Os medicamentos e a assistência médica são fornecidos, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A doença é transmitida por meio das vias aéreas superiores (tosse, espirro). Não é transmitida por abraço, aperto de mão ou carinho. Em casa ou no trabalho, não é necessário separar as roupas, os pratos, os talheres e os copos.
De acordo com a Valderiza Pedrosa, chefe do Departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia da Fuam, o exame para diagnosticar a doença pode ser realizado em qualquer Unidade Básica de Saúde. “É importante ficar atento, caso apareça uma mancha ou alteração na pele. Se isso acontecer, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde mais próxima de sua residência”, disse. Os casos suspeitos da doença são encaminhados para a Fuam.
Hanseníase no Amazonas – A incidência de hanseníase vem caindo no estado, nos últimos anos. Entre 1989 e 2015, o Amazonas registrou uma queda de 82,1% no coeficiente de detecção geral da doença. Ainda assim, a expectativa é diminuir ainda mais esse percentual.
Em 2015, foram detectados 489 casos novos no Amazonas. Desse total, 184 (37,6%) são residentes de Manaus e 305 (62,4%) dos municípios do interior.
Os municípios que apresentaram o maior número de casos foram: Manaus com 184 casos novos, Humaitá com 26, Parintins com 19, Boca do Acre com 16, Manicoré com 16, Manacapuru com 13, Guajará com 12 e Autazes, Iranduba e Itacoatiara com 11 casos.