Alfredo da Mata recebe médicos de 10 países das Américas e Caribe

A Fundação Alfredo da Matta (FUAM), do Governo do Estado, recebe nesta semana 10 médicos estrangeiros que irão participar do “Curso de Hanseníase para Dermatologistas dos Centros de Referência das Américas e Caribe”. De acordo como secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, os participantes são especialistas que atuam em centros de referência e programas de combate à doença em países-membros da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), instituição parceira da capacitação. A abertura do curso foi realizada nesta segunda-feira (12), no auditório da Fuam, com a presença do representante da OPAS/OMS no Brasil, Ruben Santiago Nicholls, do secretário adjunto de saúde da capital, Wagner William de Souza e do diretor-presidente da Fundação, Carlos Chirano.

Os profissionais que participam do curso vieram da Argentina, Bolívia, Colômbia, Cuba, República Dominicana, Equador, México, Paraguai e Venezuela. Todos foram indicados pela OPAS, organismo internacional de saúde pública que integra a Organização Mundial da Saúde (OMS), como escritório regional na região das Américas e Caribe.

O diretor-presidente da Fuam, Carlos Shirano, destaca que a parceria para a realização do curso foi firmada em carta-acordo, após a proposta apresentada pela Fuam à OPAS ser selecionada. “Havia outra instituição brasileira concorrendo, mas a Fuam apresentou o melhor projeto de curso”, explicou o diretor.

Ruben Santiago Nicholls, representante da OPAS no Brasil, citou alguns dos desafios que os países da região das Américas e Caribe precisam para vencer a Hanseníase nesta região. O fortalecimento dos serviços de atenção primária em saúde e dos centros de referência especializada foi um dos pontos destacados. Nicholls também ressaltou a importância de cursos como o que acontece esta semana na Fuam: “Este é mais um importante passo para vencer barreiras e fortalecer o trabalho. Todos temos que contribuir para acabar com o estigma que os pacientes da doença enfrentam. Atualizar os profissionais é uma forma de fortalecer sua atuação e, com isso, atingirmos objetivos como eliminar a doença no Brasil e nos países que aqui estão representados”.

Valderiza Pedrosa, chefe do Departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia da Fuam, destacou que fortalecer as ações para o diagnóstico precoce da Hanseníase e oportunizar ao doente o tratamento adequado são ações importantes para se quebrar a cadeia de transmissão da doença e, assim, avançar para sua eliminação na região norte e em todo País. A vigilância de contatos (pessoas que mantém relacionamento diário e prolongado com um paciente da doença) também é um forte aliado para que o combate à doença atinja seus objetivos, frisou.

Programa – O curso está dividido em 18 horas aula para o módulo teórico e 22 horas para o módulo prático. Diagnóstico, tratamento e manejo de eventos pós-alta de hanseníase estão entre os temas que serão abordados durante o curso, por médicos e enfermeiros da equipe de profissionais da Fuam: especialistas, mestres e doutores em suas áreas de atuação.

O programa das aulas teóricas inclui a epidemiologia da Hanseníase; a etiologia (causas), manifestações na pele e histopatologia (estudo de como a doença afeta o tecido celular). Um enfoque especial será dado ao tratamento da doença, destacando a diferenciação entre os casos de reações e recidivas (termo popularmente conhecido como “recaída” ou retorno da doença). Casos especiais de tratamento da Hanseníase em idosos, grávidas e pacientes co-infectados com HIV também serão abordados.

Nas aulas práticas, os profissionais acompanharão atendimentos ambulatoriais realizados na instituição, conhecendo de perto como os casos da doença são tratados e como os pacientes e ex-pacientes são acompanhados pela Fundação.

Centro de Referência – Com 58 anos de história dedicados à doença, a Fundação Alfredo da Matta é credenciada, desde 1998, como Centro Colaborador da OMS para controle, treinamento e pesquisa em Hanseníase para a região das Américas e Caribe. “Faz parte das atribuições de um centro colaborador como a Fuam desenvolver atividades como treinamentos e capacitações em Hanseníase, dando suporte aos demais países-membros e compartilhando com os profissionais desses países, conhecimentos acerca da doença”, afirma Carlos Chirano.

Além dos permanentes cursos de capacitação em hanseníase e outras dermatoses para profissionais de saúde de nível médio e superior, a Fuam atua também na formação de médicos, tanto na graduação – recebendo alunos das disciplinas de Dermatologia de três faculdades de medicina do Estado do Amazonas – quanto na pós-graduação, com seu programa de residência médica na mesma área.

Além de Centro Colaborador da OMS/OPAS, a FUAM é também reconhecida pelo Ministério da Saúde do Brasil como Centro de Referência Nacional para o Programa de Controle e Eliminação da Hanseníase e outras dermatoses de interesse sanitário.

A OPAS, por sua vez, além de integrar a Organização Mundial de Saúde (OMS), também faz parte dos sistemas da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU).


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