Congresso da FMT encerra com debates sobre malária, tuberculose e animais peçonhentos
Encerra nesta quarta-feira (03) o “VI Congresso de Iniciação Científica”, evento promovido pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam). Na programação desta quarta-feira tem mesa redonda sobre os novos desafios da Malária na região e conferências sobre envenenamento por animais peçonhentos na Amazônia e sobre as pesquisas em tuberculose. O congresso reúne pesquisadores da instituição, palestrantes locais e nacionais e estudantes de graduação.
Durante o congresso, que começou nesta terça-feira (4), estão sendo apresentados 47 projetos de pesquisa. Os projetos, conforme explica a diretora-presidente da FMT-HVD, Graça Alecrim, são resultados das atividades desenvolvidas pelos acadêmicos participantes do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), executado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Segundo ela, os projetos abordam temas em diversas áreas de estudo, contemplando doenças como HIV/Aids, Malária, Chagas, Tuberculose, Leishmaniose e outros agravos. “Esses trabalhos são importantes porque geram conhecimentos que vão beneficiar diretamente a população. Os estudantes de graduação que participaram do programa de iniciação científica tiveram a oportunidade de se deparar com um novo horizonte do que é a ciência”, disse.
Suporte ao avanço da ciência – O diretor de Ensino e Pesquisa da FMT-HVD, Marcus Lacerda, destacou a importância dos programas de Iniciação Científica para a formação de novos mestres, doutores, pesquisadores, que continuarão dando suporte ao avanço da ciência e assistência prestada à população.
A conferência de abertura do congresso foi realizada pelo médico pesquisador Wilson Alecrim, um dos fundadores da FMT e ex-secretário estadual de saúde. Ele apresentou a história da unidade, como instituição de assistência, ensino e pesquisa em Medicina Tropical. Além de ser a principal instituição de assistência na área de doenças infecciosas, no Amazonas, a FMT-HVD é referência em ensino e pesquisa. “Os estudantes que hoje estão desenvolvendo pesquisas na FMT precisam conhecer a história da instituição, que foi e continua sendo responsável pela formação de milhares de profissionais que atuam no Estado”, declarou.
O pesquisador e chefe do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Amilcar Tanuri foi um dos convidados do congresso, apresentando, durante a tarde desta terça-feira (02), o tema “Zika, uma nova arbovirose: o que aprendemos e o que ainda não sabemos?”, em mesa redonda sobre o tema.
De acordo com o pesquisador, ainda há muitos questionamentos para serem respondidos sobre o Zika vírus, mas já é possível afirmar, por exemplo, que a doença é responsável pela Microcefalia em bebês. “Ainda é necessário investigar quais os outros efeitos que a presença do vírus pode ocasionar na formação do cérebro humano, durante o desenvolvimento fetal, quanto tempo o vírus pode ficar no organismo, entre outras coisas”, explicou.
As pesquisadoras da FMT, Márcia Castilho e Flor Ernestina, também falaram sobre a doença. Márcia abordou a questão do diagnóstico – realidade e perspectivas, e Flor Ernestina discorreu sobre o tem “Zika, uma arbovirose emergente: Experiência da FMT-HVD”.
Programação – Nesta quarta-feira (03), às 9h, está programada a conferência “Envenenamento por animais peçonhentos na Amazônia: o que sabemos?”, com o pesquisador Wuelton Marcelo Monteiro, da FMT. Depois da conferência, tem apresentação de projetos e exposição. Às 14h tem mesa redonda sobre “Malária na Amazônia: Novos Desafios”. A moderadora é a diretora-presidente da FMT, Graça Alecrim, que é infectologista e especialista no tema.
Os debatedores serão os pesquisadores da FMT Marcus Lacerda, falando sobre “Eliminação da malária na Amazônia – isso é possível?”; Gisely Melo, com “Diagnóstico: o que há de novo?”; e Márcia Alexandre, com “Associação entre o estado nutricional e a malária em crianças de uma comunidade rural na Amazônia”. Às 15h30, tem a conferência sobre “Oportunidades de pesquisa em tuberculose na REDE-TB: um olhar Amazônico”, com o pesquisador da UFRJ e Fiocruz do Rio de Janeiro, Afrâcnio Kritski.