Passageiros do Aeroporto Eduardo Gomes serão alertados sobre síndrome que mata mais que o câncer

Ocorre
mais de 240 mil mortes no Brasil anualmente por sepse, uma síndrome que causa
mais óbitos do que o câncer ou o infarto agudo do miocárdio. Os dados são do
Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas) e, para conscientizar a população em
Manaus, profissionais do Hospital e Pronto-Socorro (HPS) da Zona Norte irão
distribuir, nesta quarta-feira, 13, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes,
uma história em quadrinho que retrata a importância do rápido diagnóstico. A
ação ocorre no salão de desembarque, das 8h às 12h.

A
ação é simultânea em várias cidades do país e, em Manaus, será coordenada pelo
HPS da Zona Norte. A unidade do Governo do Amazonas, que é vinculada à
Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e administrada pelo Instituto de
Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), adotou a pouco mais de um ano um
protocolo de sepse que já conseguiu reduzir em 30% o número de óbitos
decorrentes da doença.

“A
sepse acontece quando o corpo responde a uma infecção e essa resposta acaba
atacando seus próprios órgãos, com isso, eles deixam de funcionar
adequadamente. A infecção pode estar em apenas um órgão, como por exemplo, o
pulmão, mas provoca em todo o organismo uma reação que compromete o
funcionamento de vários órgãos se não tratada adequadamente”, explica a
infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do HPS da
Zona Norte, Mayla Borba. “Pelo grande número de óbitos, precisamos
conscientizar a população sobre os principais sintomas, assim como incentivar a
procurarem o serviço de saúde o quanto antes”, completa.

Quadrinhos


Febre
alta, aceleração do coração, respiração rápida, fraqueza importante, pressão
baixa, diminuição da quantidade de urina e sonolência ou confusão mental. 
Esses são os sintomas da sepse e são os sinais que apresenta um senhor chamado
João, personagem da história em quadrinhos que será distribuída no
aeroporto, 
conta a enfermeira da SCIH, Erielma Galvão.

Na
história, o personagem João, ao chegar à unidade de saúde e relatar os
sintomas, tem um protocolo de atendimento aberto. Esse protocolo define prazos
para coleta de material para exame e administração de antibiótico. “Costumamos
de dizer que, em caso de sepse, o tempo salva vidas”, aponta Erielma.


O
HPS da Zona Norte tem um protocolo de sepse implantado desde março de 2016. Até
agora, 147 atendimentos foram realizados seguindo esse protocolo. Desse total,
131 foram confirmados como sepse
.
Dos pacientes com sepse,
 50%
tiveram alta melhorada e 34% foram transferidos para outras unidades de sa
úde para cuidados intensivos. Desde a
implantação do protocolo na unidade houve redução de 30% dos óbitos por sepse.