Idosos entram na campanha de mobilização contra o Aedes aegypti
Na manhã desta quinta-feira, dia 26 de outubro, os idosos da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), localizada no Centro de Convivência da Família Magdalena Arce Daou, na Avenida Brasil, no bairro Santo Antônio, zona oeste de Manaus, realizaram uma presentação cênica alertando para a importância da prevenção do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A ação marcou o início das atividades de conscientização na UnATI e integra a Semana Nacional de Mobilização contra o Aedes aegypti. A programação é coordenada pela Secretaria Estadual de Saúde (Susam), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).
Depois das crianças nas escolas, agora são os idosos que estão sendo convocados para se engajar na campanha de prevenção contra o Aedes Aegypti. Esta é a nova estratégia adotada na Semana Nacional de Mobilização. Durante o evento, a UnATI recebeu a certificação da implantação da Brigadas contra o Aedes aegypti e também foi feita a apresentação de 20 brigadistas da terceira idade.
Para o diretor-presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, os idosos quando aderem à causa provocam grandes feitos. “Eles são compromissados e, portanto, conseguem mudar o ambiente familiar e também na vizinhança serão verdadeiros vigilantes no combate ao vetor”, disse.
Teatro – Segundo a coordenadora do Grupo de Teatro da UnATI, Liliam Machado, os idosos que participaram da encenação foram escolhidos por meio de uma seleção e, depois de escolhidos, fizeram ensaios nas segundas, quartas e sextas-feiras. “Muitos deles se apresentaram voluntariamente, e os ensaios foram uma verdadeira festa, porque eles estavam muito motivados para participarem desta campanha”, elogiou.
Dona Marieta Saraiva, 80 anos, uma das alunas da UnATI, que fez o papel da Catirina na apresentação, foi uma das mais animadas e motivadas “Toda apresentação da UnATI eu faço e gostei muito de participar desta. Tenho netos, bisnetos e sempre falo em casa da importância de verificar onde há água parada, da importância de deixar tudo limpo, para não atrair os mosquitos e as doenças“.
Brigadistas – A diretora técnica da FVS, Rosemary Costa Pinto, enfatizou a importância das brigadas contra o Aeds Agypti e o porquê da escolha de pessoas da terceira idade para auxiliar na conscientização. “Os idosos são pessoas que se comprometem com a causa e atuam fazendo as intervenções juntos aos seus familiares e na vizinhança. Achamos que por eles serem mais velhos e experientes sempre são mais escutados pelos familiares e amigos”.
A aposentada Raimunda das Neves, 72, uma das brigadistas da UnATI, disse que, mesmo antes da campanha, já fazia a fiscalização em sua casa em busca de depósito de água parada. “Aqui na UnATI o mosquito não tem vez. Vamos uma vez na semana fazer a verificação do check-list nos locais que servem de criadouro. Assim, preservamos um ambiente limpo e saudável para todos nós”, argumentou.
A ação de chamamento nacional da população para o combate ao Aedes aegypti termina nesta sexta-feira, dia 27 de outubro, e segundo o chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-AM, Cristiano Fernandes, no Amazonas, que já vive o período de chuvas, a atenção deve ser reforçada para espaços com água parada, que podem servir de berçário aos vetores que são responsáveis pela transmissão de dengue, chikugunya e zika.
“Neste ano, nós observamos o aumento das chuvas desde setembro e, por isso, apesar da conclusão da Semana Nacional, ainda assim, o setor da Saúde, com apoio de todas as esferas e, principalmente, da sociedade, irá continuar com as ações de prevenção para manter as significativas taxas de redução de todas as doenças transmitidas pelo mosquito”, comentou.
Estatísticas – Segundo dados do boletim epidemiológico da FVS, todas as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti apresentaram redução expressiva no números de casos até setembro de 2017. A maior redução registrada foi de 89.2% em relação à zika, que notificou 620 casos neste ano contra 5.911 casos no mesmo período do ano passado. A dengue apresentou redução de 49,1%, pois, neste ano, foram notificados 7.005 casos enquanto 2016 registrou 13.750 casos. Com 41% foi a redução de chikugunya com a notificação de 533 casos neste ano contra 911 notificados no ano passado.