História da Fundação Alfredo da Matta é tema de aula inaugural do Mestrado em Dermatologia

A história da Fundação Alfredo da Matta (Fuam), que completa, no próximo dia 28 de agosto, 64 anos de atuação na saúde do Amazonas e a trajetória da instituição, que iniciou suas atividades diagnosticando e tratando pacientes de Hanseníase, até os dias atuais, produzindo pesquisa e conhecimento em diferentes áreas da dermatologia e Infecções Sexualmente Transmissíveis, foram temas da Aula Inaugural do curso de Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Dermatologia.

Realizada na manhã desta terça-feira (20/08), no auditório Damião Litaiff, sede da Fundação, a aula magna foi proferida pelo médico dermatologista, Sinésio Talhari, com a palestra intitulada “Fundação Alfredo da Matta: Do Dispensário à Fundação”.

Durante a abertura da solenidade, que contou com a presença do secretário de Estado de Saúde, Rodrigo Tobias, a importância das pesquisas serem aplicadas na melhoria da saúde pública, trazendo benefícios para a população foi destacada. Segundo o secretário, esse é um dos maiores desafios dos programas de pós-graduação, um exercício do pesquisador enquanto cidadão.


“É possível sim fazer pesquisa aplicada, construir coletivamente mudanças no cotidiano e serviços de saúde, para que seja aplicada ao melhoramento da nossa saúde pública”, enfatizou.

O diretor-presidente da Fuam, Ronaldo Amazonas, também destacou a importância de dar respostas à população e relembrou o trabalho daqueles profissionais que vão a campo e superam os desafios de se fazer saúde pública na região amazônica.


“Evidentemente, a pesquisa é essencial para nossa prática profissional, por isso lembro aos que vão iniciar este curso de mestrado, que vocês, através das suas pesquisas, possam dar respostas à população e à Fundação Alfredo da Matta também – pois precisamos de mais profissionais qualificados e de mais pesquisadores em nosso quadro”.

A médica dermatologista e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Aplicadas à Dermatologia, Carolina Talhari, lembrou o início do Programa, que está em seu terceiro ano e falou da importância da continuidade ao curso.


“A Fuam não presta somente assistência, mas também temos o ensino e a pesquisa. Nesse cenário, o Programa de Mestrado é muito importante, e nosso desafio é não só dar continuidade ao curso, mas elevar cada vez mais o seu nível”, destacou a médica.

A cerimônia de abertura da terceira turma do curso de pós-graduação Stricto Sensu realizado pela Fuam, em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), contou também com a presença da diretora de ensino e pesquisa da Fuam, Valderiza Pedrosa; da representante da Pró-Reitoria de Pós-graduação da Universidade do Estado do Amazonas, Patricia Melchionna Albuquerque, e do coordenador do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, Wuelton Monteiro.

Do Dispensário à Fundação – Na aula magna, Sinésio Talhari rememorou a história da Fuam, iniciada no Dispensário Alfredo da Matta, criado inicialmente para diagnosticar e tratar Hanseníase, mas que, aos poucos, foi se tornando um importante local para o ensino e a pesquisa na área da dermatologia.


O médico relembrou o início das aulas de dermatologia, para acadêmicos da Universidade do Amazonas (hoje Universidade Federal do Amazonas), que aconteciam na antiga “Casa Amarela”, como era conhecida o Dispensário.  O prédio onde hoje funciona a Escola de Odontologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), no bairro da Cachoeirinha, abrigou, nos anos 70, as aulas e, posteriormente, a Residência Médica em Dermatologia, criada nos anos 80 .

“Depois de Dispensário de Lepra, como ainda era chamada a Hanseníase, passamos a ver todas as doenças dermatológicas”, lembrou Sinésio Talhari. “Saimos do ‘diagnosticar e tratar’ para um trabalho bem maior, incluindo a pesquisa, a produção de conhecimento”, completa o especialista.

Panorama atual – Hoje, a Fundação Alfredo da Matta além da Hanseníase, atua na clínica dermatológica, realiza cirurgias dermatológicas, promovendo não só no diagnóstico e tratamento da Hanseníase, mas também na dermatologia em geral e em Infecções Sexualmente Transmissíveis IST, HIV/Aids, micoses, Leishmaniose, piodermites, úlceras de etiologias variadas, dentre outras dermatoses.

“A Fundação Alfredo da Matta também realiza um trabalho muito importante na área de fisioterapia, com prevenção e tratamento de incapacidades físicas ocasionadas aos pacientes de Hanseníase”, completa Sinésio Talhari.


Para o médico, a pesquisa cada vez mais fortalecida na instituição é um diferencial da Fuam, o que a torna reconhecida nacional e internacionalmente. “A pesquisa precisa extrapolar, sem esquecer os pacientes, mas também produzir, estimular o conhecimento”, finaliza o médico.

FOTO: DIVULGAÇÃO/FUAM