SES-AM apresenta histórias de vida de quem convive com o HIV no Amazonas

Em
vídeo emocionante, intitulado #HISTORIASPOSITHIVAS, amazonenses falam
sobre a sorologia, tratamento e ativismo na área dos direitos humanos

 

João
Marcos Dutra, 25, é um jovem vivendo com HIV há 10 anos. O diagnóstico
ocorreu na adolescência, quando João tinha apenas 15 anos de idade. O
universitário iniciou o tratamento e também começou uma caminhada de
conscientização e luta que iria mudar sua vida para sempre, da mesma
forma como Mirna Lysa, 59, que há 20 anos contraiu o vírus e se tornou
ativista da causa entre Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo
com HIV e Aids.

 

A
história de João Marcos e de Mirna Lysa representa, muitas vezes, a
vida de aproximadamente 8.370 pessoas que convivem com o HIV no
Amazonas, mas que preferem não compartilhar as suas vivências, por causa
do preconceito. 

 

Por
isso, marcar o 1º de dezembro, Dia Mundial da Luta contra a Aids, a
Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) resolveu contar em um vídeo,
intitulado #HISTORIASPOSITHIVAS, a história desses amazonenses, que
falam sobre a doença, coragem, tratamento e ativismo. O vídeo está
disponível nas redes sociais da SES-AM (@saudeam).

 

Início – João
conta que não sabia quase nada sobre o HIV na adolescência. “Eu não
tive essa orientação, mas hoje eu tento mudar isso socialmente.
Questionando, falando, até mesmo abrindo a minha sorologia (HIV
positivo) para outras pessoas, para que a gente consiga sair mais detrás
das máscaras, sabe? Eu tenho dialogado cada vez mais sobre HIV.
Precisamos falar sobre HIV”, reforçou. 

 

Ele
agora se dedica a falar sobre prevenção de jovem para jovem. “Eu ficava
na escola fazendo cartazes sobre a testagem, fazia roda de conversa
entre pares, né? (…) Que é um adolescente falando para outro
adolescente sobre HIV, por exemplo, ou sobre IST (Infecção Sexualmente
Transmissível) ou sobre acesso à saúde”, explicou. 

 

João
relata que ter HIV positivo também pode significar o alcance de sonhos,
de ter uma vida longa e saudável.  De acordo com ele, foi possível
realizar sonhos, como a faculdade que está sendo cursada, além de viajar
para discutir política pública de juventude.

 

Preconceito –
Para Mirna, a “morte social” – a discriminação que cerca o HIV/Aids e o
isolamento que ela produz – ainda mata mais do que a doença em si.

 

“O
medo ainda é um causador muito grande do HIV, porque as pessoas têm
medo de ir ao médico, têm medo de se testar, porque algumas pessoas não
têm o ‘psicológico’. Quando descobre aí quer se matar, acha que é o
final do mundo. E tem a família também, que a família também é bem
pesada”, disse. 

 

Para
apoiar pessoas que convivem o HIV, Mirna deu um propósito maior à vida.
Atual coordenadora estadual da Rede Nacional de Travestis e Transexuais
e Homens Trans Vivendo e convivendo com HIV e Aids (RNTTHT), como
mulher trans, Mirna dá suporte a outras pessoas que também passaram pelo
que ela passou. 

 

“A
gente está na rua abordando, a gente aborda muito elas que estão em
prostituição, a gente faz os kits. De preservativo, de folheto de
informações e chega até elas e entrega, para que elas tenham essa
informação”, disse. 

 

HIV/Aids e prevenção –
João fala sobre a importância de, com o resultado positivo, manter a
continuidade do tratamento. A aids é o estágio mais avançado da infecção
pelo HIV e surge quando a pessoa não faz o tratamento. No Amazonas,
3.080 pacientes que estavam com HIV agravaram e foram notificados com
aids.

 

“Vai
ter mais responsabilidades com a saúde, ela (pessoa) tem que fazer
exercícios físicos, tem que ir ao médico ser acompanhado, tem que saber
como é que está a imunidade, a quantidade de vírus no corpo”, disse
ele.  

 

Mirna
destaca avanços no tratamento. “Melhorou muito. A gente tem um
comprimido só. Antes eram tantos, mais de 10. Então é muito bom o
tratamento hoje e está muito melhor que o de 20 anos atrás”, relembrou.

 

Faça o teste! –  Os
testes rápidos, assim como a distribuição de preservativos, serão
intensificados nas unidades de saúde neste Dezembro Vermelho, como na
Policlínica Gilberto Mestrinho, Danilo Correa e o Centro de Atenção
Integral à Melhor Idade (Caimi) André Araújo. 

 

“Para
quem acabou de testar positivo eu sempre aconselho – primeiro ponto é
respirar fundo. Se olha no espelho e diz três vezes: eu me amo, eu me
amo, eu me amo. E tenta firmar um compromisso contigo próprio”,
finalizou João.

 

FOTOS: Rodrigo Santos/SES-AM