Mais de 80% dos atendimentos do Pronto-Socorro da Criança da Zona Leste são de Atenção Básica, constata SES-A
Unidade tem recebido grande número de pacientes à procura de atendimentos de baixa complexidade que são ofertados em UBS
Mais
de 80% dos atendimentos realizados no Hospital e Pronto-Socorro da
Criança (HPSC) da Zona Leste, em agosto e setembro, poderiam ter sido
atendidos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Diante da constatação e
do aumento da demanda, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas
(SES-AM) iniciou um trabalho de conscientização dos usuários e também de
melhoria do fluxo de atendimento no HPSC e nas demais unidades de
urgência e emergência da capital.
Mesmo
sendo uma unidade para atendimento emergencial infantil de alta
complexidade, o HPSC Zona Leste tem uma grande procura por serviços
ambulatoriais, com picos pontuais de atendimentos em alguns dias da
semana. A unidade também teve aumento da demanda, que se acredita estar
relacionada ao verão amazônico e ao fim das restrições de circulação com
o arrefecimento da Covid-19.
O
trabalho de reorganização da rede assistencial integra o programa Saúde
Amazonas, obedecendo a protocolos de atendimento conforme a
classificação de risco do paciente. Uma unidade como o HPSC Zona Leste
atende prioritariamente quem recebe a classificação vermelha, laranja e
amarela, que são os atendimentos típicos de pronto-socorro. Os pacientes
com classificação verde, azul e branco são de média e baixa
complexidade e deveriam ser atendidos em UBS.
No
mês de agosto, o HPSC Zona Leste realizou mais de 3,3 mil atendimentos,
com 83,18% sendo de pacientes com classificação verde, azul e branco.
Já no mês de setembro, a procura aumentou na unidade, e até a última
quarta-feira (22/09) mais de 5,3 mil atendimentos foram realizados.
Destes, 84% são de pacientes que buscaram atendimento de média e baixa
complexidade.
Esses
são serviços ambulatoriais disponibilizados em UBS e nos Serviços de
Pronto Atendimento (SPAs). Quando direcionados ao pronto-socorro, o
tempo de espera do usuário será maior, porque a prioridade desse tipo de
unidade é para atendimentos de urgência e emergência, cujo paciente não
pode esperar.
Orientação – A
secretária executiva adjunta de Atenção à Urgência e Emergência da
SES-AM, Mônica Melo, explica que esse trabalho de reorganização do
atendimento no Hospital da Criança da Zona Leste, dentro da
classificação de risco, está sendo fortalecido para orientar a
população, as famílias dessas crianças, para que procurem a unidade mais
próxima de suas casas em situações que não são de urgência e
emergência.
“A
gente precisa orientar essa população, mostrando onde se deve procurar o
atendimento, qual é a porta correta para você procurar, até para não
ter essa contingência alta de pacientes, que poderiam estar na atenção
básica ou no SPA, não dentro de um pronto-socorro que deveria estar
atendendo a alta complexidade, que é o paciente que sofreu uma fratura
de crânio, que está com uma pneumonia grave, com uma saturação abaixo de
80%, por exemplo, com outros sinais e sintomas de gravidade com risco
eminente de vida”, informou.
A
secretária esclarece que o Hospital da Criança da Zona Leste não
deixará de atender os pacientes de classificação de baixo risco, mas que
seguirá realizando esse trabalho de orientação à população.
“O
paciente não deixa de ser atendido, mas é orientado a procurar o local
certo para o seu atendimento. Então, se ele é classificado como branco,
verde ou azul, ele é atendido dentro do tempo da classificação de risco,
mas ele é orientado a procurar a porta correta, que é a atenção básica
ou SPA mais próximo da sua casa”, explicou Mônica Melo.
A
diretora do HPSC da Zona Leste, Liege Ribeiro, disse que esse trabalho
de educação e conscientização da população sobre onde procurar o
atendimento adequado está sendo realizado diariamente na unidade.
“Estamos
realizando um processo de educação continuada com a população que
procura atendimento nesta unidade, informando sobre a classificação de
risco, com isso fazendo a humanização e conscientização dos serviços”,
declarou a diretora.
FOTO: Divulgação/SES-AM